sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tecnologias fake a favor da mobilidade buzuística [PARTE 01]

Olá, buz-users de Salvador. Eu sei, eu sei, fiquei um bom tempo sem escrever no blog mas prometo que nessas férias eu vou voltar com força total [até não sei quando rsss] mas enfim...

Durante esse tempo ~ocioso~, fiquei pensando no que seria interessante pra voltar na S02 [Season 02 para os leigos (Temporada 02 em inglês)] do blog e aí uma amiga minha (Gis <3) me relembrou uma ideia que eu tive há um tempão, que seria: que apps [aplicativos de smartphone em inglês] seriam úteis para a sociedade buz-user?


Eu sei, não sou nenhum programador [not at all] e esses são apenas alguns protótipos de ideias que, A PARTIR DA MINHA VIVÊNCIA, eu julgaria necessária a existência [/Roxanne]. Dividi em partes porque com certeza aparecerão sugestões das pessoas. ESPERO.

Aqui vão algumas opções:



BuzuFinder: Esse app teria diversas funcionalidades. A primeira finalidade seria você poder localizar quando o próximo ônibus que você precisa pegar vai passar no ponto que você está, sem precisar decorar horário nem nada e também você saber, por meio de GPS, quais os próximos e os próximos, além de poder escolher mais de uma opção de linha, pra você saber qual valeria mais a pena pegar. Esse app serviria também pra você que adora ficar amigo de cobrador e de motorista, porque você poderia procurar o ônibus pelo número, podendo sempre pegar o mesmo ônibus com o mesmo motorista, virando brother dele e podendo, posteriormente, ficar entrando pela frente e falando “IAI, MORAL”.






BuzuserGPS: Esse sem dúvida seria o mais útil pra você que entra no ônibus cheio e quer saber quem será a próxima pessoa que vai levantar do coletivo pra colar nela e já ir jogando sua bolsa quando ela fizer o mínimo de movimento levantando da cadeira. Esse app mostraria a quantos metros de distância está a próxima pessoa que vai levantar e, quando você chegasse do lado dela, acenderia uma luz verde dizendo que você está no lugar certo. Ele seria tão eficaz que, caso alguém já tenha colado ao lado da pessoa que vai levantar em seguida, ele já te indicaria a próxima!

PROBLEMA: Para que o app seja eficaz, as pessoas teriam que dizer no app o ponto de destino, para que ele seja capaz de identificar quem está mais perto de descer.





BusDate: Você que gosta de fazer amizades no ônibus, esse é o seu app! Ele funcionaria como uma espécie de rede social que você encontraria as pessoas que estivessem mais próximas. Ele mostraria a distância, uma opção de chat, uma opção curtir e uma opção ~claro~ de bloquear [sobre a opção 'curtir', se duas pessoas se curtissem, apareceria para elas]. Obviamente eu me inspirei EM CERTOS APPs QUE EXISTEM POR AÍ, mas nenhum específico rssssssssssssss

Seria útil pra quem vê aquela pessoa no coletivo e tá doid@ pra falar mas não tem coragem. Puxa um assunto pelo app, vai se descrevendo e talvez até role algo. Se não rolar nada demais, pelo menos uma amizade [ou pode não rolar nada porque existem pessoas chatas no mundo e você não é obrigado a lidar com elas (por isso existe o botão de bloquear etc)].

SUGESTÃO: Aliando o BusDate com o BuzuserGPS, você pode descobrir onde a pessoa vai descer e saber se vale a pena puxar assunto com ela [por causa da distância] ou então puxar assunto sobre o lugar que ela vai, já lhe oferecendo companhia.



Enfim, é isso. Quem tem mais sugestões de app, pode me mandar pelo email [wesleymiranda7@gmail.com] ou então comentar aqui mesmo.

Abraços

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Rindo da desgraça alheia (minha, no caso)

É com muito prazer (ou pesar) que eu tenho a honra de descrever a pior situação de ônibus que eu já passei em toda a minha vida.

Hoje, quarta-feira, 23 de janeiro de 2013, estava eu no meu trabalho, no Centro Administrativo da Bahia - CAB, apenas contando as horas para dar o fim do expediente. Olhei na janela, uma chuva torrencial caía lá fora, mas pensei comigo "ainda bem que tá chovendo, depois desses dias todos de sol escaldante... o que é uma chuvinha, né?". E foi querendo responder essa minha pergunta que Deus, Alá, Osíris, Ganesha, Odin ou -insira outra divindade aqui - fez com que eu passasse por tudo que passei hoje.

Deu 17:30h, horário que saí do trabalho, encarei aquela chuva que continuava muito intensa e, sem me importar muito, coloquei meu casaco (sem capuz, infelizmente) e corri em direção ao ponto de ônibus (fim de linha do CAB). Nessa corrida, obviamente encharquei meu casaco, meu tênis, minha meia, meu cabelo (grandes merda), mas tudo valia a pena porque finalmente eu estava no meu ponto, muito mais perto de chegar ao meu lar. Engano meu, claro.

Peguei meu ônibus (Estação Pirajá - CAB), como de costume, e sentei no fundo. Como também é de costume, ele lotou quando chegou no ponto do Supermercado Extra da Paralela e foi lá mesmo que ele ficou, quebrado. Sim, meus amigos, uma chuva torrencial caindo e eu, sem guarda-chuva, tendo que descer de um ônibus que quebrou no ponto mais caótico da Avenida Paralela. Mas tudo bem - pensei - logo mais estaria em casa (outro engano, obviamente). 

Depois do ocorrido, peguei um ônibus Engomadeira (entrando pela frente, já que tinha pago a passagem no outro coletivo) e fui até o fundo do ônibus, como de costume. Por sorte, consegui encontrar um lugar vago no fundo (muita sorte mesmo, para compensar todas as desgraças que ainda estavam por vir) e me sentei. O ônibus entrou no Doron e, no segundo ponto, o ônibus que eu estava passa com tudo por cima de um buraco que cabia mais de 5 penteadeiras. Adivinha? Sim, meus caros, ele quebrou! 

Eu sabia que um dia isso ia acontecer, tava tudo dando muito certo na minha vida, não é do feitio de Murphy deixar barato, ele tem que balancear os acontecimentos do universo. Pois estava eu, dentro de um ônibus quebrado, no meio de uma tempestade bizarra, esperando outro ônibus que me levasse até em casa (e que dessa vez tivesse armação de adamantium porque olhe, papel não é um material tão bom pra construção de buzú - ALÔ, ENGENHEIROS!).

Finalmente chegou um buzú. Um não, dois! Veio um outro Engomadeira e um Cabula (sim, existe esse ônibus), que é da Estação Mussurunga. Só que, diferentemente dos outros que eu tinha pego, nesses não existia a mínima possibilidade de eu sentar em algum local (nem no vão do meio, nem na escada, nem no colo do cobrador). Eu, guerreiro e apressado pra ir embora, fui em pé no último degrau da porta do fundo, pendurado com apenas uma mão em um ferro da porta (que estava impossibilitada de fechar). Acabou por aí? Claro que não. Repetindo: foi a minha pior história de buzú! Essa ida no fundo, pendurado na porta, acarretou outros fatores: como as ruas estavam todas alagadas, a roda do ônibus, ao girar, jogava lama da rua aonde? NA MINHA PERNA, CLARO (sdds leptospirose). Como se não bastasse o contágio gratuito, ainda caía uma água misteriosa do TETO do ônibus, provavelmente era proveniente das goteiras das casas das pessoas que batia em cima do ônibus e caía no meu rosto (<3). Tentava limpar com o casaco (que também estava molhado de água contaminada de sei-lá-onde), sem sucesso. Sério, eu queria muito ter como tirar uma foto minha naquele momento, certeza que iriam me valorizar mais como pessoa e como profissional.

Esse ônibus quase conseguiu fazer o trajeto todo. Sim, QUASE. Ele subiu a Narandiba normalmente mas, chegando no Hospital Roberto Santos (sdds histórias do com Roberto Santos), chegou um engarrafamento muito horrível. Na minha contagem, foram 27 partidas de Jetpack Joyride e 5 fases de Candy Crush, o que daria uns 40 minutos, APENAS para andar a distância de 01 (UM) ponto a outro. Obviamente só aguentei porque estava jogando no celular.

Como eu já estava sem saco, agoniado porque tava todo molhado (ui), com leptospirose iminente e minha bateria do celular acabando, resolvi descer do ônibus e andar até minha casa. Estou eu andando tranquilamente (nem tanto, porque tinha começado a chuviscar e né? Não queria pegar OUTRA chuva) indo para a minha casa, quando eu chego em frente ao Bompreço e *BOOOM* TUDO, sim, TUDO ALAGADO. Era uma espécie de lago urbano em frente à entrada do Hiper Bompreço. Tive que atravessar a rua, semi-mergulhado no lago (outra leptospirose - inclusive remédios serão tomados) pra poder conseguir chegar em algum local seguro, no caso, o meu bairro (quando eu chamo o meu bairro de seguro é porque a coisa foi realmente feia).

Bompreço alagado <3

E foi essa a minha história. Saldo: cheguei em casa com prováveis doenças infecto-contagiosas, encharcado e sem bateria no celular. Pelo menos isso serviu pra uma coisa: a vida me mostrar que nada tá tão ruim que não possa piorar e, quando você pensa que já tá no máximo do pior, ela piora um pouco mais. Como tudo tem um lado bom, esse caso rendeu essa história que vocês estão lendo e, provavelmente, fizeram vocês rirem da minha desgraça (até eu to rindo um pouc... passou).

É isso.

[PS.: Pra piorar tudo, no último ônibus que eu peguei, enquanto estava cheio, tinha uma menina de crocs rosa (nada contra rs, até tenho amigos que usam) que ficava roçando um boné de memes (tudo contra) na minha cara. Assim, um boné de memes já não é ok, mas era um boné PRETO com os memes em BRANCO. É tipo levar a bizarrice orkutiana ao next level. Isso porque eu não quero citar o cabelo dela cheio de creme e molhado (!!!!!) que eventualmente tocava na minha boca e eu, sem querer lambia os lábios )))))))))): .01 opinião: moça, se você não é frentista, NÃO USE BONÉ pfvr]

TIPO

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Utilidade Pública: Petição em prol do Daniel Lisboa

Estava louco pra usar a frase "Vida de Buzú é Assim também é utilidade pública"!
Então, tá rolando uma petição pública para todos os habitantes de Salvador assinarem em prol do Daniel Lisboa. O abaixo-assinado é o seguinte:

Para: Prefeito ACM Neto

Senhor Prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto, 

Os abaixo-assinados, a seguir identificados, vêm à presença de V.Exa. expor e solicitar o que segue: 

Nós passageiros regulares da empresa BTU- Bahia transportes urbanos, linha DANIEL LISBOA/BARRA R1 e R2, abaixo assinamos o documento em manifestação pelos problemas a nós causados conforme segue relato abaixo: 

MOTIVO: 

O não cumprimento dos horários ocasiona desconforto aos passageiros. A empresa não disponibiliza ônibus reserva quando acontecem imprevistos, os passageiros são obrigados a ficar esperando passar outro ônibus em outro horário. Para piorar a situação, recentemente a empresa BTU está tirando veículos de alguns horários da linha. São apenas três veículos da Linha Daniel Lisboa R1 e mais três fazendo a linha BARRA 2. Esta é a ÚNICA opção que milhares de usuários possuem para se deslocarem no roteiro BARRA-BROTAS, o que torna ainda mais cruel o descaso desta empresa com o compromisso de servir seus usuários com o devido RESPEITO. Constantemente há mais de 17 anos esta empresa vem  DESCUMPRINDO seu papel principal de dispor veículos nos horários que "dizem"cumprir através do site da STP.Pedimos ao Prefeito desta cidade que venha a intervir com medidas severas esta empresa que, por possuir o monopólio da linha,descumpre DIARIAMENTE seus horários,que também são insuficientes,e tem a certeza da impunidade,já que até hoje NENHUM prefeito conseguiu solucionar o problema fixo dos moradores desta área de Brotas. 
Abrir licitação para outra empresa fazer a linha BROTAS- BARRA seria no mínimo justo e a punição da BTU por descumprir por mais de uma DÉCADA com seu dever principal seria o mais CORRETO. 
Queremos apenas o que nos é de DIREITO, nada mais, nada menos. 

Os signatários.

É isso... acho válida a assinatura, mesmo para quem não utiliza esse ônibus. É sempre bom ajudar.
Assine a petição AQUI.

Causos de Buzú #1



E aí, buz-users!

Eu sei que estive negligenciando o blog, mas é que não pensei que a rotina do dia a dia me deixaria tão cansado a ponto de não ter forças para postar. Foi mal, mas prometo que a partir de hoje eu voltarei a postar regularmente.

Então, a postagem de hoje, como toda terça e quinta (na verdade é a primeira) serão casos de leitores. Eu recebi alguns casos e postarei 2 a cada terça e quinta, espero que gostem.

Esse caso é do leitor Luiz Fernando Teixeira, que passou, junto com um amigo e a namorada, por uma situação muito constrangedora.

“Estávamos voltando da faculdade (eu, Júlia [namorada] e Galvão [amigo]), às 19h, em um ônibus Campo Grande-Ribeira lotado, é claro. Na Feira de São Joaquim, um homem fedorento trajando um moletom sujo e rasgado e uma bermuda vermelha de elástico (que estava sem elástico, por sinal) entrou no buzú, pagando como todo mundo.

Ele ficava falando sozinho no fundo, quando, do nada, começou a se esbarrar nas pessoas para ir pra
frente, roçando nas mulheres, enquanto se segurava pra não cair com um mão e, com a outra, segurava a bermuda que (in)convenientemente caía sempre que ele encostava nas mulheres que estavam em pé, esfregando o seu dito cujo nelas.

As pessoas não tiveram reação quando ele passou, o problema é que, quando ele chegou na frente do
buzú, ele VOLTOU fazendo a mesma coisa. Aí as pessoas começaram a reclamar (eu achei que ele também estava tentando roubar alguém no meio do "processo", mas enfim) e tentar correr dele, só que como o buzú tava lotado, não tinha pra onde ir.

Então ele voltou pela terceira vez, fazendo a mesma coisa, e quando chegou na frente ficou falando sozinho de novo, se jogando em cima de uma senhora que estava no assento preferencial, causando a revolta das pessoas, que estavam se recuperando do choque.

Percebendo o clima, eu acho, ele saiu correndo pra saltar no Largo dos Mares, acabando com a "diversão" do pessoal que queria - e provavelmente iria - pegar ele pra linchar.

PS: ele tava usando uma pulseira de ouro ENORME no braço, chamava quase tanta atenção quanto o fedor”.

Pela descrição de Luiz, o homem era transtornado mentalmente, a população linchar ele não ia resolver muita coisa, só ia descontar a raiva que estavam sentindo no momento.

Agora temos um caso do leitor André Leite, que presenciou uma situação muito revoltante em um ônibus.

“Certa vez, no ônibus da linha Praia do Flamengo – Campo Grande, quando passava na linha do SESC - Piatã, um sujeito (que estava sentado numa cadeira reservada para idosos), iniciou um bate-boca com uma senhora, que aparentava ter mais de 65 anos, que tinha acabado de adentrar o veículo. Parecia que ela estaria tentando convencê-lo a ceder-lhe o lugar. Sem sucesso.

Quando, mais em frente, aproximando-se da sua parada (logo depois do Habibs de Itapuã), este mesmo sujeito se levanta irritado, e empurra a senhora violentamente, contra o motorista e o capô do motor do ônibus. Queria imediatamente sair do veículo.

Acontece que o motorista se recusou a abrir a porta. Populares se revoltaram – e se levantaram - avisando ao sujeito que iria ser levado à delegacia (que se localizava em via integrante do itinerário da linha). Em vão.
Três pontapés, três... Fizeram com que a porta da saída fosse arrombada e a escada ficasse sortida  e
lindos cacos de vidro. E tira a camisa, atravessa rua e some em Placaford”.

Ok, eu amo presenciar barracos (e até participar deles rs) mas sou muito intolerante com desrespeito, ainda mais se for com idosos ou animais. Esse é um que merecia ser linchado DE COM FORÇA. Um dia farei uma postagem sobre esse tipo de perfil que volta e meia aparecem nos ônibus.

E aí, tem algum caso a ser contado? Manda para wesleymiranda7@gmail.com e aguarde que uma hora ele será postado.

É isso.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Assentos preferenciais: dilemas do mundo pós-moderno


Os assentos preferenciais são altos geradores de dilemas internos da modernidade. Com certeza você já se pegou pensando diversas vezes: "Estou muito cansado, devo sentar no assento preferencial? Poxa, mas é lugar para idosos e deficientes... quando algum chegar, eu levanto... mas eu estou tão cansado que não vou querer levantar e vão me julgar... ah, então eu vou fingir que estou dormindo, pronto! Ou será que não?" e por aí vai...

Se você é minimamente consciente, deve ser muito complicado tomar a decisão de sentar naquelas cadeiras de cores diferenciadas com um adesivo que diz CLARAMENTE que, dentre todas as pessoas do mundo, você não é uma das que pode sentar ali, mas que mesmo assim, a depender da ocasião, você senta. "A depender da ocasião" porque se o ônibus estiver vazio (e você tem a certeza de que vai continuar assim), não há problema em sentar lá (não estará tirando o lugar de ninguém), até porque são os melhores lugares para descer mais rápido do ônibus. Pode acontecer muitas vezes também de você ter a certeza que vai encher, mas ter a consciência de que eventualmente terá que levantar se chegar algum idoso, deficiente ou gestante.

Assentos preferenciais são, de longe, os maiores geradores de migué do universo "buzuístico". Cada categoria de contemplados pode gerar uma média de 3 migués (não citarei todos porque não lembro). Migué pra grávida, pra deficiente, pra idoso.. são muitos! Aqui vão alguns exemplos (ressaltando que todos são de origem canalha):

- Fingir que está dormindo para não dar lugar ao preferente: de longe o migué mais canalha, porém o mais utilizado. Para não ficar em pé em um ônibus que está muito cheio, é conveniente ficar no assento preferencial e ir a viagem toda fingindo que está cochilando para ignorar todo e qualquer tipo de passageiro que tenha direito àquele lugar. Nem preciso dizer o quanto mau-caratismo essa atitude é, mas assumo que às vezes parece ser inevitável (isso quando você não dorme de verdade).

- Fingir de grávida: podem ficar pasmos mas é isso mesmo que você leu. Já presenciei muitos casos, inclusive de pessoas próximas, de passageiras que aproveitam o sobrepeso para se fazerem de grávida. Essa técnica é altamente dominada porque quem um dia já foi realmente grávida. É um jeito de segurar a barriga, de se curvar, de fazer voz de coitada, de sofrida que tem que andar com aquela barriga pra lá e pra cá... enfim, obviamente apenas mulheres muito bem treinadas (ou instruídas pela vida) podem utilizar essa técnica.

- Fingir de deficiente: esse requer um nível de migué extremamente elevado. Já presenciei pessoas entrando pela frente, fingindo que era deficiente, mas que, na hora da saída, esqueceu que tinha a tal "deficiência" e saiu andando normal. O motorista fechou a porta do ônibus e o fez pagar a passagem de novo. Agora existe "carteirinha de deficiente", que é uma espécie de Salvador Card, só que para entrar pela frente. Apesar disso, algumas vezes os motoristas, observando a gravidade da deficiência da pessoa, nem pede, o que faz com que o ambiente se torne propício para o migué. Não recomendo tentar se não tiver treinado bastante.

Além dos assentos preferenciais, existe uma cadeira muito sozinha, que fica bem perto da porta da frente. Não lembro bem para que serve (deve ser pra deficiências mais graves - cegos etc), mas sempre fico com pena de quem tem que sentar ali. A única vez que sentei ali foi quando eu suspeitei que iriam me assaltar no ônibus - quanto mais sozinho e perto da porta, melhor.

Então, é isso. Morro de vergonha ao fazer algum migué relacionado aos assentos preferenciais, mas é como eu sempre digo: cria a cota. Vou criar a Lei da Cota e vou patentear.

Ah, amanhã tem um caso de um leitor que com certeza alguém já passou!

[PS.: Fiquei esse tempo sem postar porque as aulas voltaram e no meu trabalho, além de ser um local PARA TRABALHAR, não abre o blogger, o que significa que não posso postar de lá, sejam compreensivos!]

sábado, 5 de janeiro de 2013

Dormir em ônibuzZzZzZzZzzzZZ



Quem nunca esteve morrendo de sono mas tinha que pegar um ônibus? Quase todo mundo, provavelmente. O ônibus pode não parecer, mas é um local muito propício pra você tentar compensar o cansaço do dia com um cochilo. Antes que você pense que é uma coisa muito fácil de fazer, existem vários fatores que influenciam uma boa cochilada em ônibus.

Primeiro, como você dorme? Existem diversas maneiras e posições de cochilar em ônibus, algumas muito vergonhosas e outras muito discretas. Aqui vão alguns tipos:

Dormir com a cabeça encostada na janela: É a posição mais comum, o problema é que, a qualquer momento o sol pode bater na janela e atrapalhar seu cochilo (ou até o seu sonho) e, se você baba ou dorme de boca aberta, não é recomendável.

Dormir com os braços apoiados na cadeira da frente: É outra posição muito comum, mas pode ser muito vergonhosa. Acontece muito de o seu braço ficar escorregando da cadeira e você ficar caindo e levantando, o que é muito problemático, além de vergonhoso porque você pode não estar vendo, mas os olhares julgadores jamais deixam escapar esse tipo de coisa. Ainda tem o fato de que o passageiro da frente pode não gostar de alguém com o braço encostado na cadeira dele, por isso o recomendável é fazer isso apenas enquanto o lugar estiver vazio.

Foto enviada por Tiago Carneiro
Dormir com a cabeça no colo: É a posição mais incomum e a mais incômoda, mas preenche alguns requisitos que as outras não o fazem. Por exemplo, você pode babar o quanto você quiser, construir uma piscina de baba embaixo de você porque ninguém verá, o problema é que essa tal piscina será no seu colo (não que tenha acontecido comigo, claro). É recomendável você ser um pouco contorcionista pra dormir assim porque exige muita flexibilidade. Ah, nem tentem dormir assim em um ônibus da BTU, os espaços entre as cadeiras são muito pequenos. A menos que você seja do Cirque Du Soleil (ou do Picolino), não tente.

Dormir com a cabeça recostada na cadeira: É a mais recomendada, mas só se você estiver na parte da janela porque o ônibus pode encher e ter alguém que fique com a mão onde você quer recostar a cabeça. Por isso, se você estiver pensando em dormir e não estiver na janela, já recoste logo a sua cabecinha assim que sentar, antes que apareça algum inconveniente. Além da pessoa em pé poder atrapalhar esse cochilo, a de trás também pode. Tem gente que vai a viagem toda segurando a cadeira da frente, não sei porquê. Eu sempre reclamo porque, pense comigo, você paga R$2,80 por uma cadeira (quando você tá sentado), certo? Ou seja, se você paga pela cadeira, você quer a cadeira toda, e não só a parte de sentar. Caso você seja tímido e não queira pedir licença à pessoa de trás, você pode encostar a cabeça na mão dela e fingir que foi sem querer, geralmente a pessoa vai ter semancol e vai tirar a mão. Ah, se você baba ou dorme de boca aberta, também não é recomendável.

Além dessas posições, muitas pessoas conseguem dormir em pé, mas essa técnica exige muito treinamento e muito aperfeiçoamento. Eu recomendo porque pode ser muito útil, principalmente pra você que sai da faculdade ou trabalho no horário de pico, que eventualmente vai estar muito cansado e ter que ir em pé. Há pessoas que quando a necessidade grita, conseguem dormir em pé numa boa (eu), não é nada impossível de acontecer.


Um problema em dormir em ônibus é o timing. Quem é acostumado, cria um feeling acerca de onde deve acordar, mas sempre há o risco de passar do ponto. Pior do que passar do ponto, é você acordar bem no seu ponto, principalmente se você está sentado no fundo, porque você acorda muito desesperado pra descer e sai correndo e gritando "PERAÊ, MOTÔ" pelo coletivo, enquanto todo mundo, obviamente, te julga, inclusive o motorista. O pior que pode acontecer é você estar bêbado, 23h, no Largo da Dinha, no Rio Vermelho, pegar seu último ônibus pra casa, acordar no final de linha e não ter dinheiro para o táxi, muito menos discernimento de onde você está (não que tenha acontecido comigo).

Dormir em ônibus também pode ser migué. Vamos lá, quem nunca dormiu ou fingiu estar dormindo só pra não dar lugar a um idoso no coletivo? Podem falar! Geralmente eu sou muito respeitador das normas, mas tem certos dias que você está simplesmente #ACABADO por diversos motivos, não dá, não dá mesmo. Desculpa, idosos. Se minha mãe pode fingir estar grávida, eu posso fingir estar dormindo, mas claro que depende muito do idoso. Certa vez ouvi uma máxima de um amigo que era mais ou menos "Eu que não dou lugar pra idoso! Eles saem, não pagam passagem, vão passear e, se duvidar, tem a vida sexual mais ativa do que a nossa!". Olha, isso tudo pode até ser verdade, mas temos que pensar que um dia seremos idosos também e morreremos de raiva de jovens por não nos darem lugar, estaremos cansados (mesmo que seja de passear) e vamos nos julgar merecedores. Esse é outro aspecto que eu costumo criar uma cota mensal, pra me sentir menos infrator.

Por fim, é isso. Escolham bem a forma de dormir no transporte público (lembrem-se muito dos fatores "baba" e "boca aberta" porque são muito importantes), aperfeiçoem a técnica de dormir em pé e criem o feeling sobre onde acordar.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Calor "Buzinferno" - Summertime Sadness

 Aproveitando a vibe verão da postagem sobre a volta da praia, resolvi escrever sobre mais um tema relacionado: o calor.

Se você não estiver na praia, ou clube ou qualquer outro local desse segmento, o calor nunca é bem vindo. Vamos deixar de hipocrisia. É sempre muito incômodo estudar no calor (UFBanos que o digam), dormir no calor, sair no calor... enfim, VIVER nesse calor. Nós, soteropolitanos, ainda temos o agravante de estarmos na estação mais ridiculamente quente do ano, na qual é impossível você sair sem suar ou ficar impaciente.

Se na rua esse calor já é muito infernal, imaginem no transporte coletivo? Dessa vez não falo só de ônibus, mas em topics, micro-ônibus etc. Aparentemente o esquema é você sempre andar com algum tipo de papel na bolsa/mochila para usá-lo seja como abanador ou como protetor do sol, quando se senta na janela (quem está em pé não tem direito de usar nada).

Para ilustrar a sofrência da sociedade buz-user soteropolitana, em apenas uma ida do Shopping Salvador até o Cabula, registrei alguns momentos peculiares de pessoas se virando com o que tem para se proteger ou apenas conviver com o sol e o calor infernal produzido por ele. Vamos os exemplos:

Aqui podemos ver uma simpática senhora utilizando um encarte de lojas americanas para se proteger do sol. FICA A DICA pra você que não pega quando vai na loja ou então ignora as moças do trânsito que dão a planta de um novo conjunto habitacional. Tudo é útil!

Essa outra estava futucando a bolsa e achou uma certidão de nascimento que estava plastificada. Qual foi a ideia brilhante dela? DOBRAR para usar como abanador. Achei consciência social e reaproveitamento de documentos.
Essa é a típica socialite precavida de Salvador. Em vez de aproveitar papeis e outros objetos que pudessem servir de abanador, ela carrega consigo o seu próprio LEQUE. Sério, acho que ela estava com muito muito calor porque cada vez mais ela abanava mais rápido e mais rápido... deu vontade de ficar soprando ela, tadinha =/


Essa  aproveitou as compras do material escolar da filha e já começou utilizando a agenda 2013 da Hello Kitty que comprara. A filha talvez pergunte 'Mãe, por que minha agenda tá meio aberta demais?', mas acho que foi tudo por uma causa mais nobre. Antes disso, ela também tinha utilizado um encarte, só que era do Bompreço, que distribuíram no sinal.


Todos os materiais são muito importantes, mas não vamos esquecer de sempre manter todas as janelas abertas para circulação maior de ar (mesmo que ela seja tão quente quanto o sol) e também as aberturas superiores dos ônibus (que necessita de alguém alto pra poder abrir). É recomendável também que as pessoas utilizem protetor solar porque Salvador tem o verão mais quente em 7 anos, segundo o Jornal A Tarde. Por isso, fica a dica.

Foto por: Caah Galrão


Traseirar - A Arte Proibida



Primeiramente, pra quem não sabe o que é "traseirar", eu explico: traseirar é você ir a viagem toda do ônibus sem passar na roleta/catraca. Isso não significa necessariamente que você não vai pagar a passagem, mas geralmente é como funciona.

Há diversos motivos para traseirar: a pessoa pode estar sem dinheiro ou crédito no Salvador Card mas precisa ir a determinado lugar; o ônibus pode estar cheio demais e a pessoa ir traseirando porque no fundo é, teoricamente, mais vazio (mas pagando a passagem); ou simplesmente a pessoa tem o dinheiro mas não quer gastar andando de ônibus porque obviamente ela deve ter coisas muito mais importantes para pagar como, por exemplo, a batata suprema do Burguer King que é R$5. Eu, particularmente, traseiro todo dia utilizando o segundo motivo acima, mas eu não traseiro até o fim; quando está perto do meu destino, eu passo na roleta. 

Às vezes pode parecer uma saída ótima, mas você tem que lidar com alguns malefícios que envolvem a arte de traseirar. Primeiro, o cobrador tem que permitir. Muitos cobradores/trocadores (comumente chamados de "cobra") não deixam os passageiros traseirarem porque existe o antigo golpe de chegar no ponto de destino, a pessoa forçar a abertura da porta e sair sem pagar a passagem, o que é prejuízo para o "cobra" e para a empresa de ônibus. Depois, mesmo sendo o lugar mais "cômodo", você pode sofrer muitos apertos, já que você estará em um local que é passagem para absolutamente todo mundo que entra no ônibus, portanto, aparecerá pessoas muito gordas que te espremerão, pessoas barraqueiras que gritarão "NÃO SEI PORQUE ESSE PESSOAL NÃO PASSA LOGO NA ROLETA", além de ter que passar a vergonha do julgamento dos outros passageiros (já que a arte de traseirar é demasiadamente famigerada).

Os gentis fiscais
Quem é de Salvador deve saber quem são os maiores inimigos dos "traseiradores". Você deve estar pensando "ué, claro que são os cobradores". Sinto-lhes informar que existe uma casta muito superior à dos "cobras" e muito menos gentil quando o assunto é não deixar alguém traseirar, são os chamados "fiscais". Ninguém sabe de onde eles surgiram e nem se eles tem a autoridade que dizem ter, mas, devido ao porte físico dos mesmos, não creio que haja alguém que tenha parado para questioná-los sobre esses assuntos (tirando uma idosa muito simpática uma vez, que, em pleno ano de 2012, chamou um deles de "brutamontes" e pediu que ele mostrasse algum tipo de crachá ou carteira que comprovasse que ele poderia estar fazendo aquilo - ela foi ignorada). Com eles não existe "o ônibus está muito cheio, não dá pra entrar", o conceito de "coração de mãe" é altamente aplicável aos ônibus e é muito levado a sério. "O ônibus só anda depois que o fundo tiver livre" é a frase mais famosa deles. Eu, particularmente, os odeio muito porque durante uns dois meses eles apareciam em frente ao Supermercado Extra da Rótula do Abacaxi obrigando todos (inclusive eu) a entrarem e ficarem muito espremidos. Eu chegava na faculdade em um estado deplorável.

O recomendável para um "traseiramento" tranquilo é que o destino não seja muito longe (no máximo, 2 pontos), o que faz com que você ainda tenha a chance de pedir a permissão do cobrador para fazê-lo. Depois de entrar e pagar a passagem normalmente, essa seria a atitude mais honesta. Caso você tenha pedido ao cobrador e ele não tenha aceitado, não se desanime, existe uma tática milenar que é quase sempre infalível denominada "migué". 

O migué consiste em você entrar no ônibus, esperar ele andar e, conhecendo o trajeto do ônibus, você perguntar se ele passa em um caminho totalmente oposto. O cobrador vai negar (é muito bom que ele negue) e vai abrir a porta para você descer no próximo ponto. Por exemplo, se você está no Shopping Iguatemi e quer ir para o Salvador Shopping sem andar todo aquele caminho e sem pagar R$2,80 por isso, é só pegar um Jd. Sto. Inácio, esperar ele andar, perguntar se passa na Ribeira (ou qualquer outro lugar que ele não passe), esperar a negação do cobrador e descer no ponto do Jornal A Tarde (tomara que nenhum cobrador leia meu blog - é sério). Consegui ir da minha casa até o Shopping Iguatemi utilizando essa tática.

Eu costumo pensar que traseirar é muito bom, mas que existe uma cota mensal; faz com que eu me sinta menos infrator (mesmo eu pagando passagem na maioria das vezes). O recomendável mesmo é pagar a passagem porque, aperto por aperto, melhor um honesto e sem julgamentos da sociedade.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Volta da Praia - Um estudo antropológico



É verão, sei lá!


Eita época de aproveitar o sol quente rachando nosso juízo e o mar cada vez mais poluído, coitado. É época de ir à praia! Antes de comemorarem, é meu papel aqui deixá-los cientes de todos os malefícios que envolvem a volta para casa de transporte coletivo e é por meio desse post que farei isso.

É claro que alguns pontos desse post variam de localidade para localidade, por isso, resolvi trazer um pouco para a minha, de morador do Cabula que se aventura em sair do Porto da Barra às 18:30h depois de presenciar banhistas baterem palma e assobiarem freneticamente para o pôr-do-sol (sério, eu nunca entenderei isso e nem adianta tentarem me explicar).

Pois então, todos sabem que a partir de 17h já é muito problemático tentar pegar ônibus em quase qualquer canto dessa cidade maravilhosa (sqn), por isso adianto logo que a probabilidade de você ter que ir em pé é gigantesca. Não há muito o que fazer, são apenas eventos corriqueiros que temos apenas que aceitar. 

Há maneiras de evitar a ida em pé, seja pegando o ônibus alguns pontos antes (o que eu geralmente faço) ou pegando dois, mas o que não dá pra evitar mesmo é o fato de que imprescindivelmente vai ter pagode no fundão do ônibus, pessoas sujas de areia vão se esfregar em você, vai ter uma família passando as 11 crianças pela frente e gritando "KELSO JÁ ENTROU? CADÊ KELSO? Ô MENINO LERDO", ou o chão vai estar nojento (e com várias pessoas espalhadas sentadas nele). Tudo isso se agrava se o dia em questão for o DIA DOS COMERCIÁRIOS. Essa vai ser a dica mais valiosa que eu darei para vocês, acho: NUNCA, NUNCA MESMO vá à praia no Dia dos Comerciários, primeiro que você não vai aproveitar quase nada da praia porque sempre fica muito lotada e depois por causa da volta de ônibus. Se você se ama, siga essa dica.

Esse ano eu fui trabalhar enquanto as pessoas estavam indo à praia no Dia dos Comerciários. Queria dizer que foi uma experiência antropologicamente válida, mas na hora minha maior vontade era ter o poder de teletransporte porque até Isopor de 300L entrou naquele ônibus (e foi só a ida!).

Você pensa "ah, pelo menos colocarei meu fone, encostarei minha cabeça na janela e dormirei feliz, plácido e límpido, ignorando a tudo e a todos e só acordarei no meu ponto". Doce ilusão. A primeira coisa que vocês tem que internalizar é: não existe tranquilidade em ônibus voltando de praia. O pagodão sempre será mais alto do que o seu fone Beats by Dr Dre, a mãe de Kelso será sempre mais escandalosa e não terá lugar para recostar a cabeça na janela. Ainda tem a chance de alguém com o cabelo ou a roupa molhados encostar do seu lado criar aquela goteira na sua perna e é aí mesmo que você nunca vai dormir (lembrando que tudo isso é caso você esteja sentado. Se estiver em pé, desista MESMO de tranquilidade).

Pronto, você tem o pagodão, a areia, a goteira, a mãe de Kelso... falta mais o que? Ele, claro, o engarrafamento. O que é uma volta da praia de ônibus sem um congestionamento maroto na via principal? Daqueles que o ônibus anda um metro de 10 em 10 minutos? Aí sim, leitor, você pode se considerar um buz-user completo. Infelizmente eu falo tudo isso com consentimento de causa, tudo empiricamente mesmo. Se eu estou vivo, vocês também conseguem sobreviver.


Espera de ônibus - Lei de Murphy aplicada


Todos conhecem a Lei de Murphy, que diz que se um evento tem a possibilidade de dar errado, vai dar errado e da pior maneira possível. Há um tempo eu venho com uma teoria de que Murphy COM CERTEZA era buz-user da cidade de Salvador, porque ele acertou em cheio com essa lei e podemos aplicá-la facilmente ao nosso dia a dia. 

Por exemplo, quantas vezes você já mofou no ponto porque seu ônibus demorou muito a passar? Normal, né? Mas vocês já repararam que quanto mais você quer/precisa do ônibus, mais ele demora e, nesse meio tempo, outros que você já quis/precisou muito outrora passam em abundância?

Trazendo para a prática, é o seguinte: eu, basicamente, pego 3 ônibus: Barra/Beiru - T.Neves (ir para a faculdade), Barra R1 - Doron R1 (ir para o Rio Vermelho) e Pituba - Jd. Sto. Inácio (para ir ao shopping). Quando estou esperando um Barra R1, passam vários Pitubas e vários Barras, porém nenhum Barra R1. Quando estou esperando um Pituba, passam vários Barras e vários Barras R1, porém nenhum Pituba... enfim, deu pra entender do que estou falando e com certeza vocês também já passaram por isso, soltando a velha frase "Só porque eu não quero, ele passa".

Ou então quantas vezes vocês estavam em um local e precisavam se deslocar para outro (que não fosse sua casa) e passou o ônibus que te levaria até em casa? Dá uma vontade louca, muito louca (posso falar?) de desmarcar o compromisso e pegar o ônibus só pra não dar o gostinho a Murphy de comprovar a lei dele. Nesse momento você solta a frase "Se eu tivesse indo pra casa, ele não passaria!".

Nesse mundo da espera de ônibus, existem dois tipos de pessoas: os otimistas e os impacientes. O primeiro tipo é aquele que pensa "bom, se não passou ainda, ele deve tá chegando e já já vai passar" e não se importa de ficar mais meia hora no ponto de ônibus esperando o coletivo que o levará ao seu destino. O segundo tipo é aquele mais sensato que não tem paciência para esperar seu ônibus por muito tempo e tem algumas frases de efeito: "Mesmo que eu espere, ele vai demorar e, quando vier, vai vir cheio!", "Eu vou pegar é dois logo!" e, claro, o engajado socialmente que coloca a culpa de tudo no governo: "Que sistema de transporte público falho dessa cidade, não aguento mais!". Eu, particularmente sou metade de cada tipo, a depender da ocasião. Se eu estiver atrasado para o compromisso (e tiver crédito no Salvador Card - muito importante), eu pego dois ônibus, se não, eu espero.

O problema de ser muito paciente é que acontece muitas vezes de o ônibus estar tão cheio a ponto de não parar no seu ponto de ônibus, ou não parar por escrotisse do motorista mesmo (eu sinceramente não sei qual a vantagem disso). Nesse momento, a vontade que dá é de: 



Assim, eu não acho que seja algo para ficarmos revoltados porque é como DJ de Buzú (claro que escreverei sobre) e evangélico pregando na Estação Transbordo: faz parte do curso natural das coisas.

Contribuição

Saudações, buz-users!
Devido ao fato de ter ocorrido uma grande identificação dos leitores com as postagens do blog, algumas pessoas me deram a ideia de fazer uma parte de colaboração. Como funciona? A pessoa pode me mandar:

- Algum causo dela, uma situação inusitada, contando o que foi, como foi etc;
- Situação corriqueira que acontecem nos ônibus de Salvador (é aconselhável que a pessoa tenha certeza que muitos outros leitores irão se identificar);
- Sugestões de temas para eu abordar aqui no blog;
- Imagens de "Figuras do Buzú", com pessoas peculiares em coletivos.

As sugestões devem ser enviadas para o email wesleymiranda7@gmail.com e serão postadas às terças e quintas. É isso.

Abração!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ônibus Lotado - Uma Odisseia diária



Quantas vezes vocês já não se sentiram injustiçados por chegarem primeiro que uma pessoa em um ônibus cheio e ela conseguir sentar antes de você? Na hora, a única vontade que dar é de pedir a papai do céu, gênio da lâmpada, algum santo, orixá ou padrinho mágico pra você ter o dom de  prever quem será a próxima pessoa a levantar num ônibus lotado, só pra você sentar, porque se tem uma coisa que nenhum buz-user curte é ficar em pé no ônibus (dá vontade também de jogar ácido na cara do infeliz que sentou primeiro, mas isso ainda é ilegal).

No coletivo, você até aceita gente que está em pé e coloca a mão no lugar que você deveria estar recostando a cabeça para dormir (durmo com gosto) e até mãe que ocupa 4 cadeiras com ela e mais 3 filhos pequenos (que não pagaram passagem) - ok, isso eu não aceito, reclamo mesmo - mas ônibus lotado é quase uma praga do apocalipse, onde o cavaleiro é o motorista e o cobrador é o barqueiro do inferno. 
<3

É fato que, num coletivo lotado, você sempre fica torcendo para aquela pessoa que você colou do lado [e não segurou sua mochila, mesmo você tendo a esfregado na cara do indivíduo (ainda escreverei sobre isso)] levantar. Se você é azarado como eu, isso nunca vai acontecer. É capaz de todo mundo que estava em pé sentar e você chegar no seu destino como entrou no ônibus: em pé (sdds topic Itapoã/Narandiba 07:35).

Se o seu destino é perto, não há tanto problema em ficar em pé (se não estiver incrivelmente lotado, como qualquer ônibus na Estação Transbordo às 18h), mas se - por exemplo - você estiver na Barra e quiser pegar um ônibus para Periperi no horário de pico, eu aconselho esperar até umas 20h no Shopping Barra para pegar um vazio porque, além de as pessoas serem muito desesperadas para entrar no ônibus e conseguir um lugar nem que seja no vão das portas do meio (sento mesmo), a ponto de te darem cotoveladas e falarem "QUER IR NA MOLEZA? PEGA UM TÁXI", você vai ficar mais de uma hora no aperto, calor, gente suada voltando do trabalho e eu acho que ninguém gosta muito disso (ah, não recomendo pegar o ônibus 22h em qualquer ponto de qualquer shopping de Salvador pois é o horário que os funcionários estão saindo do turno de trabalho).

Talvez o maior drama de um ônibus lotado nem seja ficar esperando ele chegar ao destino, mas sim, a hora da descida. Eu, particularmente, rezo pela morte de todas as pessoas que ficam na porta de saída, bloqueando a passagem, sendo que elas nem vão descer nesse ponto. Pedir licença não passa credibilidade, nem "por favor" surte efeito - às vezes nem é por maldade da pessoa, mas é compreensível que é muito complicado se mexer para dar espaço para alguém passar. É um momento mágico: você é bulinado, pisoteado, esmagado, esbagaçado (por que não?) e não pode reclamar de nada porque seu único objetivo no momento é sair daquele inferno o mais rápido possível. Constrangedor mesmo é você não conseguir chegar na porta a tempo, o motorista começar a andar com o ônibus e você ter que gritar "PERAE, MOTÔ" e apenas aceitar a consequência de todos os passageiros te encarando e pensando "Olha que menin@l lerd@! Poderia ter passado antes!", mas nada disso importa mais porque seu objetivo foi alcançado: conseguiu descer do inferno em quatro rodas.

Depois vem a depressão e a aceitação de que terá que passar por tudo isso no dia posterior.


Figuras de Buzu #1

Essa é uma categoria que resolvi criar para mostrar algumas "figuras" peculiares que encontramos em ônibus nessa cidade que é Salvador. Às vezes será foto, outras vezes um texto explicando sobre o perfil da tal figura.

A de hoje é esse espécime que podemos encontrar em um Barra - Beiru/T. Neves às 06:20h da manhã de um dia comum. Não me arrisco a adivinhar o porquê de todo o "disfarce" da moça. Frio? Difícil... é Salvador. Foragida? Não sei.


Fica aí o questionamento.

Desespero em família


Ontem, primeiro dia do ano de 2013, presenciei uma situação desesperadora em um ônibus. É o seguinte: havia um filho, uma mãe e uma avó que estavam esperando o ônibus, quando chegou, as mulheres adultas entraram no ônibus e esperaram o filho entrar, porém, acho que a criança se confundiu e entrou em outro coletivo. Obviamente a mãe e a avó ficaram desesperadas, ainda mais que o motorista do ônibus que o filho entrara não percebeu que estava tendo algum problema. Os dois ônibus andando e as mães chorando e sem saber o que fazer (não poderia descer do ônibus, porque se distanciaria mais ainda; não tinha como ligar para ninguém para resolver a situação). Por fim, de algum modo, elas conseguiram contactar alguém do outro ônibus, que liberou a criança e a família se reencontrou depois de 10 minutos de muita agonia.
A lição que eu tiro disso é o que minha mãe sempre me falou, desde o tempo que eu entrava pela frente (inclusive sdds): quando você for entrar com seu filho no ônibus, SEMPRE o coloque primeiro que você e jamais o perca do seu contato visual. As chances de vocês se perderem fazendo isso são mínimas.

Vocês já presenciaram alguma situação parecida? Fala aí nos comentários!

Sobre

Baseado em minha vasta experiência com o buzu way of life e depois de encher o feed do Facebook dos meus amigos com causos em ônibus na cidade de Salvador, me recomendaram que eu criasse um blog, compilando essas situações inusitadas/corriqueiras que acontecem nessa maravilha [sqn] que é o sistema de transporte público da cidade.
Então, o objetivo é basicamente esse: compartilhar minhas indagações, indignações e revoltas sobre o transporte público de Salvador porque todos nós sabemos que andar de ônibus, além de agregador de valores, é formador de caráter. Podemos dizer que é um estilo de vida.

[PS.: A frequência das postagens não será definida, já que postarei de acordo com a demanda de situações que ocorrerem].